No último sábado, dia 25, a Casa da Reconciliação, na capital paulista, acolheu um momento de oração com representantes da fé católica, judaica e muçulmana. Denominada família abraâmica, em referência a Abraão, considerado pai do monoteísmo, a fraternidade entre os pares foi manifestada por meio de preces comuns pela paz no mundo.
O grupo, que se reúne para reflexão, partilha e compartilhamento do sonho de um mundo de respeito e sem guerras, rezou pela fraternidade universal e ascendeu velas em homenagem às milhares de mortes ocorridas nos conflitos atuais em Israel e na Faixa de Gaza.
“Podemos sempre ver o desabrochar da vida, quando nos damos oportunidades de aprender”, relatou Ester Rosenberg Tarandach, da comunidade judaica, ao citar a importância do grupo de partilha que, desde sua criação, já se reuniu diversas vezes para o crescimento, afirmou.
Para o muçulmano Atilla Kus “foi muito lindo” o momento de conjunto e enfatizou: “em meio a tanta escuridão, foi e sempre é uma luz que dá esperança”.
O encontro contou com a presença do cônego José Bizon e do Pe. Fernando Gross. Segundo o Cônego que, com o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, estão à frente do trabalho ecumênico e do diálogo inter-religioso no Regional Sul 1, o objetivo da iniciativa de oração foi de “construir pontes e criar laços de fraternidade”.
Conheça a história da Casa da Reconciliação
O espaço, inspirado pelo Concílio Vaticano II e pelo carisma dos Frades Franciscanos da Reconciliação, busca, desde a sua origem, promover o ecumenismo entre as Igrejas Cristãs e o diálogo inter-religioso entre diferentes religiões e credos.
Ele conta que o monsenhor Heládio Correia Laurini, padre da arquidiocese de SP, iniciou logo após o Concílio Vaticano II, a Comissão de Ecumenismo da Arquidiocese de SP (CEA). No início da década de 80 surgiu, em São Paulo, a Casa da Reconciliação, a partir do trabalho dos Frades Franciscanos da Reconciliação, congregação fundada nos Estados Unidos da América (EUA), com o carisma de criar laços de fraternidade e unidade entre os diferentes credos.
Com a volta dos Frades aos EUA, em 1994, a Casa foi doada para o trabalho de ação ecumênica e inter-religiosa da Igreja no Brasil. O cardeal Paulo Evaristo Arns, grande incentivador do ecumenismo, foi quem mediou a doação da casa à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A administração do espaço, desde então, é de responsabilidade da arquidiocese de São Paulo.
Com informações: Padre Tiago Barbosa, regional Sul 1 CNBB
Fotos: Atilla Kuss e padre Fernando Gross