“A justiça socioambiental se baseia na equidade da distribuição social de acesso ao meio ambiente saudável, seguro e que sustente a continuação da vida individual e coletiva, da vida humana, da não humana, da vida visível e não-visível, da vida no presente e no futuro”, Anna Crystina, da colegiada regional da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais e referência em Meio Ambiente Gestão de Riscos e Emergências (Magre).
Luta por justiça socioambiental está no centro de atuação da Rede Cáritas e no tema da 28ª Assembleia Nacional: “Cáritas em Sinodalidade, na luta por direitos e justiça socioambiental”, que começou nesta segunda-feira (27) e segue até a próxima quinta-feira, 30 de novembro, no Minascentro, em Belo Horizonte – MG.
Na Assembleia, ao menos 450 agentes Cáritas presentes em todo o território nacional se reúnem em sinodalidade para pensar em como cuidar da Casa Comum, como propõe o Papa Francisco na encíclica Laudato Si. “O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos”, cita trecho do documento do pontífice.
A urgência dessa reflexão surge dos desafios da crise socioambiental, parte da ação humana predatória e da exploração irresponsável do meio ambiente em nome do desenvolvimento econômico e industrial, que desencadeia em uma sociedade desigual e excludente. Na região Norte do país, por exemplo, apesar das cheias e estiagens dos rios da Amazônia serem um fenômeno natural, nesse ano de 2023 a situação de seca se tornou alarmante, isolando comunidades ribeirinhas e afetando o comércio local.
É momento de propor alternativas reais de conservação da Terra que habitamos, com ações que garantam que todas e todos tenham acesso a recursos básicos para a sua subsistência, e que possamos viver em harmonia.
A Assembleia Nacional é um momento de encontro, reencontro, partilha, reflexão e para a eleição da nova Diretoria da Cáritas Brasileira para o quadriênio: 2024-2027. Ainda durante o evento, ocorre a apreciação e aprovação das contas de 2022, aprovação da inclusão de novas entidades-membro, homologação do Regional Norte 3, e demais assuntos que possam ser deliberados no encontro.
O que é a 28ª Assembleia da Cáritas Brasileira?
Conforme Valquíria Lima, da coordenação colegiada da Cáritas Brasileira, a Assembleia é o espaço maior de deliberação da Rede Cáritas. Um momento que acontece a cada quatro anos. “É onde a Cáritas reúne todas as suas entidades-membro, que atualmente são 190 espalhadas por todo território nacional. Onde se delibera, se aprova prestação de contas, relatórios de atividades, balanços contábeis, assuntos derivativos, as orientações estratégicas da organização e as áreas de atuação. Define-se a missão e as prioridades para a Rede Cáritas”, explicou Valquíria.
As atividades para a Assembleia da Cáritas se iniciaram ainda em janeiro deste ano, no planejamento da Rede, nos processos de monitoramento e com a definição do texto base que ilumina a reflexão sobre o tema desta 28ª Assembleia. Em setembro, foi publicada a identidade visual do evento, com referências a elementos do estado de Minas Gerais.
“Esse processo preparatório foi especial porque a gente está chamando a Rede Cáritas para olhar para o futuro. Como é que nós queremos a Cáritas no seu futuro? Então, fizemos um processo de animação para escrever cartas para o futuro da Rede Cáritas. Este futuro que se constrói hoje, no presente, nas nossas ações, nas nossas decisões, no nosso fazer juntos e juntas e no nosso caminhar coletivo”, complementou a coordenadora.